sábado, 26 de setembro de 2009

Tormenta




Houve tempo,
Em que o tempo me colocou no bolso.
Me afastou das decisões,
Criou regras pra mim.
Fez o que quis,
Brincou com o que não era seu...


Agora o tenho em mim.
Em minhas mãos, ele se cala, obedece e consente.
Ao som da minha voz,
o tempo se faz de inocente,
sob meu comando,
dança pianinho.
Por minhas decisões agora ele espera.
Há muito já sabia o que era bom pra mim.
E continuo jogando com o tempo.
Só que agora quem faz as regras sou eu,
......... E QUIETINHO, ELE OBEDECE A MIM......

terça-feira, 16 de junho de 2009

Hoje


Hoje quero ser
O solstício de Inverno
A melodia perfeita
A filha que retorna
O tempo que para
Não, o tempo que corre...

Quero a liberdade flúida
O corpo leve
E a brisa... Ah, a brisa

Hoje não quero o medo
Quero a felicidade enrustida
Simplesmente faceira
E um mundo que é meu

Porque a felicidade é
meu caminho certeiro
meu maior apreço
meu grande dom

Por hoje não pensar
Por hoje nada esperar
Só sentir
E Ser

E assim todos os dias serão hoje



quinta-feira, 16 de abril de 2009

Menina




A menina corria descalça.
Seu cabelo leve jogado ao vento
E o mundo todo aos seus pés

Numa falta de atenção, pedras...
A menina tinha agora 80 anos
e o tempo passava rápido

Com o peso dos anos, lentidão
Pés calejados,
Cabelos brancos...

Mas a memória mantém viva a sede
Então corre menina,
Volte as origens.
Seja o que realmente deseja ser.

sábado, 7 de março de 2009

Ela e Eu



Ela passou por mim.
Eu não precisava vê-la pra saber que estava lá.
Seu cheiro agridoce, cheiro de maresia
O toque da sua pele contra a minha.
Um esbarrão.
Um encontro casual, completamente imprevisível.
Olhei em sua direção.
Num relance, vi seus olhos de jade
A passagem para a minha alma.
Ela não me vira, mas também sabia que eu estava lá.
Sempre sabíamos um do outro.
Nossa ligação era inegavelmente perfeita,
E ambos estávamos completamente cientes disso.
Ela levantou os olhos, e eles puderam tocar os meus.
No mesmo instante, eu estava a seu lado.
Demos as mãos, e ela dirigiu as minhas até seu rosto.
Sua pele de pêssego em minhas mãos calejadas.
Contraste...
Como um cliché, suas lágrimas se misturavam às minhas.
Me inclinei um pouco e mergulhei no meu espaço particular,
meu espaço cor de jade.
E apenas nos deixamos levar,
esperando pelo beijo ávido, forte, selvagem que certamente estava por vir.